Medo do que falta viver

Desde que cheguei de férias que os dias são passados entre altos e baixos, risos e choros, determinações e incertezas.


Concluí as decorações cá de casa, e as poucas recordações que trouxe da minha vida velha, já estão devidamente arrumadas. Deixei tanto para trás!! Comemorei o meu aniversário e em simultâneo assinalei a minha reentré no que gosto de chamar de vida nova. Juntei parte daqueles que me são mais queridos e brindámos a isso!


Esta semana foi a semana de estar com os miúdos, e caramba eles são sem dúvida o que a vida me trouxe de melhor. Olho para eles, e continuo a achar que não é só por mim que tenho de continuar a lutar, é também por eles!

Continua a ser doloroso este processo, que teimam em chamar de luto, mas que para mim é uma batalha de sobrevivência.
Tenho sentido muito o apoio de todos os que me rodeiam, e começo a perceber quem de mim se aproxima com verdadeiro sentido de carinho/amizade, e os outros, que só querem saber mais do que aquilo que lhes vai chegando aos ouvidos. Terras pequenas é assim, todos têm que saber o que se passa na casa do vizinho... Mas bem, adiante. Consigo lidar bem com toda essa mesquinhez e falsidade.

Continuo na senda de manter o corpo e a alma activa e embora a minha instrutora de Kundalini Ioga esteja ausente, tenho feito alguns exercícios e não prescindo da minha meditação matinal (continua a trazer-me clareza de espírito).
Mas eu ando muito "hardcore" e experimentei um treino na Crossbox do Açôr, e meus amigos, A-DO-REI!!
Os exercícios são "puxaditos", sobretudo para inesperientes como eu, mas percebi com facilidade, que podemos ir ao nosso ritmo e o que agrada mais é o espírito de camaradagem e entreajuda que se vive dentro daquelas paredes!! Incrível!!!
O meu corpo já se habituou aos treinos, e as dores iniciais, já deram lugar a uma enorme satisfação, por continuar mostrar que estou no bom caminho. Ahhhh e até a minha flexibilidade e resistência melhoraram, imaginem que até já consigo correr!

Mas nem tudo corre bem! Tenho tido momentos de grande instabilidade e só me apetece estar sozinha enrolada em posição fetal sem ninguém ao redor.
E sabem que mais?!! Quando tenho essa vontade, é exactamente isso que faço... Vou até casa, estou o tempo necessário para me recompor, e volto outra vez, fresquinha como uma alface, como costumo dizer.

Estes extremos de comportamento, trazem com eles tantas dúvidas e sinto cada vez mais necessidade de procurar ajuda especializada. Tenho pesquisado bastante, mas não consigo encontrar nenhum psicólogo/a que tenha experiência nestes casos. E sim, faço questão de encontrar um profissional, cuja experiência vá de encontro a esta tão grande tormenta.
Tenho necessidade de perceber se tudo o que estou a passar se enquadra, num quadro saudável, ou se ando por aqui a cultivar algum processo depressivo. É de longe o que mais preciso neste momento.

Ainda assim é ao final do dia, e já depois de ter dado as "boas noites" aos miúdos que a coisa fica pior.
O silêncio e falta de companhia, não me fazem bem!
Não consigo ler, perco o foco com muita facilidade e a minha mente navega com muita facilidade para "outros mares". Porém, tenho experimentado assistir a filmes, e olhem, tem dado resultado, pelo menos durante aquele período a mente está sossegada.

Felizmente dormir é coisa que continuo a fazer na perfeição e pese embora, tenha necessidade de dormir mais, os gráficos de sono, continuam a dizer que está tudo bem!

Aproxima-se a semana seca, e ficar sem a presença dos miúdos, pelo menos durante a hora de jantar é muito penoso.
Lá terei de arranjar forma de me ocupar! 

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